ATA DA CENTÉSIMA QUADRAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 25.11.1988.
Aos vinte e cinco dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Quadragésima Nona Sessão Ordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga e Werner Becker. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Raul Casa que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, a Sra. Secretária procedeu à leitura da Ata Declaratória da Centésima Quadragésima Oitava Sessão Ordinária, e das Atas da Centésima Quadragésima Sétima Sessão Ordinária e da Primeira Sessão Especial, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 07 Pedidos de Providências, solicitando redimensionamento da distância entre paradas de ônibus da Rua Benjamin Constant; que seja chamada a atenção do motorista de transporte escolar prefixo n° 396, placa AR 5270, quanto ao cuidado em dirigir; recuperação de bancos e ajardinamento dos canteiros centrais da Rua Emílio Lúcio Esteves, em toda a sua extensão; retirada de placa de permissão de estacionamento de caminhonetes de transporte frente aos n°s 50 e 56 da Rua Emílio Lúcio Esteves; desdobramento das paradas de ônibus municipal e intermunicipal junto ao ponto da Estação Rodoviária; definição de um ponto para descida de passageiros de táxi junto à Rodoviária, no acesso da Avenida e Túnel da Conceição; troca de placa de “Estacionamento Proibido” por uma de “Carga e Descarga Permitidas” na Rua Comendador Manoel Pereira, em frente ao n° 237; pelo Ver. Aranha Filho, 01 Pedido de Providências, solicitando pavimentação, com paralelepípedos, da Rua Tito Lívio Zambecari, no trecho compreendido entre as Ruas Silva Jardim e Freire Alemão; pelo Ver. Frederico Barbosa, 02 Pedidos de Providências, solicitando troca de lâmpadas queimadas na Rua Albion, em frente aos n°s 402 e 424 e na Av. Niterói, altura do n° 318 e todo o trecho entre a Rua Cel. Neves e Rua Gen. Gomes Carneiro; pelo Ver. Hermes Dutra, 01 Pedido de Providências, solicitando corte de árvores na Rua Adão Baino, 564; pela Verª. Teresinha Irigaray, 01 Pedido de Providências, solicitando calçamento da Rua Frei Clemente; pelo Ver. Valdir Fraga, 06 Pedidos de Providências, solicitando limpeza e colocação de aterro na Praça localizada entre as Ruas Arachanes e Guananás; canalização de esgoto na Rua Cons. Xavier da Costa n° 3.333; canalização de esgoto da Estrada Belém Velho, 2470; reposição de lâmpadas queimadas na Av. Vicente Monteggia, 359; abertura de valas laterais para escoamento das águas das chuvas no beco existente na Estrada Amapá n° 178; ensaibramento do beco localizado na Estrada Amapá, 178; 01 Indicação, sugerindo ao Sr. Governador do Estado que estude a possibilidade de transformar o telefone existente na Rua Orfanotrófio, 864, em telefone comunitário. DO EXPEDIENTE constaram Ofícios n°s 615; 671/88, do Sr. Prefeito Municipal; 502/88, da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul; s/ n°, da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 13/88. Após, constatada a existência de “quorum”, foram aprovados Requerimentos dos Vereadores Raul Casa e Hermes Dutra, solicitando alterações na ordem de votação dos Requerimentos e processos constantes da Ordem do Dia. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Antonio Hohlfeldt, de Votos de Congratulações, com a Metalúrgica Matarazzo S/A, pela publicação do Informativo Metalma; com a Revista DANA do Instituto Argentino de Investigaciones de Historia de la Arquetectura y del Urbanismo, pela premiação conferida ao Prefeito Alceu Collares – Prêmio Átila; com Júlio Flores pela publicação da Revista Verve; com a Editora Kuarup, pela publicação do Jornal da Alfabetizadora; com a Fundação Rio – Rio Arte, pela publicação da revista Cardenos Rio Arte; pelo Ver. Aranha Filho, de Voto de Congratulações com a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, pela inauguração das novas instalações do Hospital São José e da Central de Radiologia e Ecografia; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Addy Gomes Bertaso; Theobaldo Neumann; João Cláudio Chagas Coutinho; pelo Ver. Artur Zanella, de Votos de Congratulações com o Instituto Estadual do Livro, por ter editado a série Autores Gaúchos, referente a Caio Fernando de Abreu; com Sílvia Cestari Cunha, pela abertura da exposição de gravuras; com Ricardo Malcon, por ter sido escolhido o Administrador Gaúcho de 88; com o Instituto Estadual do Livro, por ter editado a série Autores Gaúchos, referente a Aldyr Garcia Schlee; com Francisco Carrion e Rejane Carrion, pelo lançamento do Livro “O Século do Pacífico”; com a Galeria Soluzione e Galeria de Arte André, pela exposição Arte Atual no Brasil; com Engemar S/A, pela exposição Arte Atual no Brasil; com Maria Dinorah, pela Sessão de Autógrafos de seus lançamentos “O Ontem do Amanhã” e “Tem Que Dar Certo”; com Danilo Ucha, pelo lançamento do livro “Jessé Silva – Época de Ouro”; com José Carlos Mello, por assumir a Secretaria Geral do Ministério do Interior; com Cyro Martins e Luis Coronel, pela Sessão de Autógrafos dos escritores e conselheiros do Conselho Estadual de Desenvolvimento e o Instituto Estadual do Livro; de Voto de Pesar pelo falecimento de Karen Maroni Barcelos; do Ver. Brochado da Rocha, de Voto de Congratulações com o Jornal Kronika, pela comemoração dos seus doze anos de atividades; do Ver. Frederico Barbosa, de Votos de Congratulações com a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, pela realização da “1ª Mostra Fotográfica dos Trabalhos que Desenvolve para a Comunidade”; com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, pela inauguração do Centro Clínico e pelo lançamento da Revista de Medicina da PUCRS; com o Eng. Abraão Aspis, pela homenagem prestada pela Prefeitura Municipal de Esteio, pelos serviços prestados à comunidade esteiense; com a Sociedade Humanitária Pe. Cacique, pelo lançamento do “Bônus do Amparo ao Idoso” de Votos de Pesar pelos falecimentos de Jurema Domingues de Figueiredo; de Antonio Antonacci Rebello; de Aldo Menotti Sirangelo; de José Coelho da Costa; do Ver. Hermes Dutra, de Votos de Congratulações com a Diretoria da Sociedade Amigos do Cristal, pela inauguração do Centro Social e Comunitário do Bairro; com a Pontifícia Universidade Católica; com a Rádio Pampa; com a TV Gaúcha; com o Centro Social Frederico Ozanam; com a Associação Comercial e Industrial de Esteio; com a Rádio Cidade – Rádio Jornal do Brasil Ltda.; com a Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil/RS, pela passagem de seus aniversários de fundação; com Antônio Carlos Hoff, por ter sido eleito Vice-Presidente do Comitê Interamericano de Escotismo; com Noeli Della Casa, Daura Polidoro, Norma Baimler e Clarice Vasconcellos, por terem recebido o título de Domadora Honorária; com Marino Natal Toleto Venturini, por sua eleição à Presidência do Guaíba Country Club; com Nelson Tokembach, por sua eleição à Vice-Presidência do Guaíba Country Club; com a Srª. Gladis Constança Mantelli, por receber a Cadeira de Heitor Saldanha da Academia Porto-Alegrense de Letras; com a Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul e Lacesa S/A Indústria de Alimentos, por incentivar com o Prêmio Lacesa Jovem Escritor; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Marina Machado; de Carlo D’Orfani; do Ver. Jaques Machado, de Votos de Pesar pelos falecimentos de Artur Paz; Nair Sanders; Arcília Loureiro D’Amico; Angélica Baumgarten; do Ver. Mano José, de Voto de Congratulações com o Clube de Mães Machado de Assis, pela reeleição da Presidente e Vice-Presidente do Clube, Sras. Luci Bertoletti e Donata Silveira; de Voto de Pesar pelos falecimentos da Irmã Maria José Trevisan; de Giuseppe Faro; Tahiso Luiz Ceroni; Catarina Pillar Nunes; do Ver. Nereu D’Ávila, de Voto de Congratulações com o Avenida Futebol Clube, pela passagem de seu aniversário de fundação; do Ver. Raul Casa, de Voto de Pesar pelo falecimento de Carlos Fagundes da Rosa; da Verª. Teresinha Irigaray, de Voto de Congratulações com a Srª. Imerita Passos e demais componentes da Diretoria da Associação Porto-Alegrense de Cidadãs, ASPACI, pela recente posse na eleição realizada em setembro último; do Ver. Werner Becker, de Votos de Pesar pelos falecimentos de João Dias; Geni Maria Lisboa Carrion. Após, foi aprovado Requerimento verbal do Ver. Jorge Goularte, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, passando-se ao período de Pauta. Em PAUTA ESPECIAL, Orçamentos, estiveram, em 4ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo n°s 96; 98; 99; 100/88; em 5ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo n° 97/88. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo n° 174/88; o Projeto de Lei do Executivo n° 139/88; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo n°s 137; 138; 134; 135; 136/88; o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 15/88; os Projetos de Lei do Legislativo n°s 163; 170; 171; 169; 175; 177/88; os Projetos de Resolução n°s 57; 58/88. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Raul Casa teceu comentários acerca de Pedido de Informações feito ao Executivo Municipal, sobre imenso “out-door” com anúncio da Coca-Cola colocado na Av. Avaí, dizendo que o Pref. Alceu Collares respondeu a sua indagação informando que o anúncio está em desacordo com a Lei de Impacto Ambiental da Cidade. Questionou os motivos pelos quais a colocação do anúncio foi autorizada e solicitou a devida fiscalização e providência quanto ao assunto. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, Urgência, foram aprovados o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 14/88; o Projeto de Lei do Executivo n° 94/88. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo n° 39/88; o Pedido de Autorização n° 13/88. Em Discussão Geral e Votação Secreta foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo n° 58/88, por dezoito votos SIM contra dois votos NÃO e a Emenda n° 01 a ele aposta, por quinze votos SIM contra seis votos NÃO, tendo sido escrutinadores os Vereadores Hermes Dutra e Adão Eliseu e tendo sido aprovado Requerimento do Ver. Mano José, solicitando a retirada da Emenda n° 02 aposta a este Projeto. O Projeto de Lei do Executivo n° 58/88 e a Emenda a ele aposta foram encaminhados à votação pelo Ver. Mano José. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de distribuição em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data: O Ver. Adão Eliseu, em relação ao Projeto de Lei do Executivo n° 46/88; do Ver. Artur Zanella, com relação ao Projeto de Resolução n° 42/88; do Ver. Cleom Guatimozim, com relação ao Projeto de Lei do Executivo n° 94/88; aos Projetos de Lei Complementar do Executivo n°s 02; 03; 04; 05; 14/88; do Vereador Lauro Hagemann, com relação ao Projeto de Resolução n° 46/88; do Ver. Luiz Braz, com relação ao Projeto de Resolução n° 44/88; do Ver. Valdir Fraga, com relação aos Projetos de Lei do Executivo n°s 39; 58/88. Após foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Adão Eliseu, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo n° 79/85 seja desarquivado e retomada ou renovada a sua tramitação regimental; do Ver. Caio Lustosa, solicitando a convocação da Comissão de Saúde e Meio Ambiente para a realização de uma visita ao denominado “Lixão da Zona Norte”, localizado no prolongamento da Rua Joaquim Silveira, em direção ao Rio Gravataí; do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo n° 134/88, seja submetido à reunião conjunta das Comissões respectivas; do Ver. Raul Casa, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo n° 164/88 seja considerado em regime de urgência; do Ver. Valdir Fraga, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo n° 91/88 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões respectivas. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 42/88, discutido pelos Vereadores Luiz Braz e Flávio Coulon. Às onze horas e trinta e cinco minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente levantou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Artur Zanella, Gladis Mantelli e Mano José, e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli, Mano José e Jorge Goularte, o último como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Artur
Zanella):
Declaro abertos os trabalhos da presente Sessão.
O SR. RAUL CASA (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, estamos acompanhando já aqui há alguns dias a preocupação de todo o
funcionalismo com relação ao Plano de Carreira que está para ser votado nesta
Casa. E não o vejo nos espelhos para ser discutido e votado na data de hoje.
Gostaria que V. Exa. me desse, se possível uma explicação para este fato.
O SR. PRESIDENTE: Informa a Mesa, por
informação do Sr. Presidente, que está no Plenário, que o Projeto estará em
Pauta segunda-feira.
O SR. RAUL CASA (Questão de
Ordem):
Apenas para que houvesse um melhor trânsito na votação, alguns Processos que
são menos polêmicos e cujos números tenho comigo, eu requeiro que, se forem
submetidos ao Plenário, tenham a sua discussão antecipada antes de Projetos
mais polêmicos e muito mais difíceis de serem abordados: Processos n°s 2337/88,
2097/88, 1324/88, 1487/88 e 1945/88.
O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu só queria adendar ao
Requerimento do Ver. Hermes Dutra, se ele me permite: que os Votos de Pesar e
de Congratulações que estão encalhados há um mês aí e como não são polêmicos,
tivessem o mesmo procedimento.
O SR. PRESIDENTE: A Sra. Secretária consulta
ao Sr. Hermes Dutra se, em seu Requerimento, se inclui que esses votos abrindo
discussões...
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu ó pediria que a Mesa tivesse
um pouco de cuidado porque pode ter ao mesmo tempo um Voto de Pesar e um Voto
de Congratulações com o mesmo objeto.
O SR. PRESIDENTE: Em votação os Requerimentos
dos Vereadores Raul Casa e Hermes Dutra. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
Em votação os Requerimentos ora apregoados. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
O SR. JORGE GOULARTE: Para um Requerimento, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. está com a palavra.
O SR. JORGE GOULARTE: Requeiro a inversão na ordem
dos trabalhos, passando-se à Pauta.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
Passamos, então, à
4ª SESSÃO
5ª
SESSÃO
O SR. PRESIDENTE: Estão inscritos em Pauta
Especial os Vereadores: Hermes Dutra. Desiste.
Antonio Hohlfeldt. Ausente. Mano José. Ausente. Ennio Terra. Desiste. e Elói Guimarães.
Desiste.
Encerrada a Pauta Especial, passamos à
1ª SESSÃO
PROC. 2369/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N°
174/88, de autoria do Ver. Artur
Zanella, que torna sem efeito faltas e revoga punições.
PROC. 2439/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N°
139/88, que
autoriza doação de imóveis ao Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos
Rodoviários e Transportadores Autônomos de Bens de Porto Alegre e dá outras
providências.
3ª SESSÃO
PROC. 2435/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N°
137/88, que
autoriza a permuta de imóveis e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Estão inscritos em Pauta os Vereadores: Jorge Goularte. Desiste. Artur Zanella. Desiste. Hermes Dutra. Desiste.
Encerrada a Pauta.
Em tempo de Liderança, com a palavra o Ver. Hermes Dutra.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, V.Exas. devem estar lembrados de que, se saírem aqui pela
Perimetral, ali na esquina da Lima e Silva, aonde a Rua Avaí se encontra com a
Perimetral e a Lima e Silva, tem um terreno baldio em forma de cunha, com
propagandas da Coca-Cola para ninguém botar defeito. Se forem até a Princesa
Isabel, esquina com a João Pessoa, verão um painel da Coca-Cola que acho que
nos Estados Unidos ela não tem tão grande quanto aqui. Se V.Exas. forem ali
pela Independência, no muro da Santa Casa, onde o passeio é estreito para o
pessoal andar e a movimentação de carros é muito grande, verão que está sendo
colocado, não sei se já terminaram, um outro monstrengo destes aí. Eu fiz um
Pedido de Informações ao Sr. Prefeito, perguntando o seguinte: 1) Se o anúncio
da esquina da Perimetral com a Avaí atendia ao que dispõe a Lei de impacto
ambiental. 2) Nome da autoridade que deixou que fosse colocado ali aquele
monstro. 3) Se havia outros expedientes tramitando no Executivo e solicitando
para colocar aquele tipo de anúncio. Ontem, recebi a resposta, que está nos
Avulsos. Sabem o que é que o Prefeito desta Cidade Dr. Alceu de Deus Collares
me respondeu? Pasmem V.Exas., porque é inacreditável! É escândalo! S.Exa.
mandou me dizer o seguinte: Que o anúncio da Perimetral com a Lima e Silva e
Avaí contraria a Lei do impacto ambiental. Está assinado por S.Exa. Não diz o
nome da autoridade que permitiu que se implantasse ali aquele monstro e diz
apenas que tramitam efetivamente no Executivo outros expedientes em nome de uma
distribuidora de bebidas, solicitando a colocação daquele tipo de anúncio. E
diz, por fim, S.Exa., que a SMAM está tomando providências. Eu acho que é
brincadeira, é crime de responsabilidade da autoridade. Será que o fiscal da
Prefeitura não viu quando estava sendo levantado aquilo ali? Ou será que a
fiscalização da Prefeitura só existe para mandar fechar oficina mecânica e
borracharia de um coitado, que vive com as mãos engraxadas e calosas para poder
obter a sua sobrevivência? Será que a Coca-Cola, por ser a Coca-Cola, consegue
fazer esses monstrengos, na Cidade, sem que ninguém do Executivo veja? Eu não
acredito. Eu construi uma casa há três anos e meio e um dia o caminhão que foi
levar a terra para o gramado, deixou a terra no passeio, e no outro dia, foi um
fiscal lá e me intimou, dizendo que eu tinha 24 horas para retirar a terra do
passeio, porque atrapalhava. Agora, a Coca-Cola faz isso em toda a Cidade,
desrespeitando a Lei do impacto ambiental, S.Exa. concorda por escrito que está
em desacordo com a lei municipal, e não faz nada, e o que é pior, não acontece
nada para esse pessoal que está na Prefeitura. Estamos em fim de uma
legislatura, e eu não volto para cá, vou descansar um pouco, por imposição do
povo, mas isso é caso para uma CPI, que eu não vou pedir, e de botar para a rua
do Município o funcionário que autorizou, e investigar, qual o motivo que levou
esse funcionário a autorizar uma coisa que não é permitida por lei. Porque,
certamente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que esse funcionário
municipal, se pressionado por uma CPI, certamente vai dizer o nome de quem
mandou ele liberar isso, porque deve ter um fiscal responsável por essa área, e
se ele passou ali, e não viu, ele tem que ser aposentado, porque não enxerga;
se viu, e não fez nada, tem que ser punido, porque não cumpriu com a sua
obrigação; agora, se fez que não viu, porque alguém mandou, e é a hipótese que
levanto, ele tem que dizer o nome da pessoa, e ser responsabilizado, o
Secretário do Meio Ambiente, o Prefeito Municipal, e seja lá mais quem for. O
que não pode é haver esse desrespeito à Cidade, a ponto de o Sr. Prefeito, num
documento oficial, dizer que os anúncios da Coca-Cola, em Porto Alegre, estão
em desacordo com a Lei de impacto ambiental. Eu não sei se sou eu que, em final
de mandato, estou entendendo mal as coisas ou se efetivamente os tempos estão
mudando, Sr. Presidente, mas não entra na minha cabeça, não consigo raciocinar
como é que podem esses monstrengos ser construídos e o Executivo calado
consentir tácita ou expressamente com o descumprimento de uma Lei Complementar
que compete ao Executivo zelar pelo seu cumprimento e para isso tem
funcionários que são mal pagos é verdade, mas que devem realmente cuidar da
execução desta Lei e tenho certeza de que o funcionário municipal que fechou os
olhos por aquilo ali foi mandado por alguém de cima. Duvido que tenha sido
iniciativa do funcionário municipal. O Sr. Prefeito que venha a público
esclarecer isso. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito à Sra. 1ª
Secretária que faça a verificação de “quorum” para entrarmos na Ordem do Dia.
A SRA. 1ª
SECRETÁRIA:
(Procede à chamada nominal dos Srs. Vereadores.)
O SR. PRESIDENTE: Há “quorum” para a discussão
dos Projetos. Não há “quorum” para a votação dos mesmos.
De acordo com o Requerimento do Ver. Raul Casa, o primeiro Projeto é o
de n° 14/88.
Parecer:
- da Comissão Especial. Relator Ver. Artur
Zanella: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCE n°
014/88. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando seja o PLCE n° 014/88 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. IGNÁCIO NEIS: Solicito verificação de
“quorum”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: A Sra. 1ª
Secretária fará a verificação de “quorum”.
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: (Procede à chamada nominal
dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 18 Srs. Vereadores responderam à
chamada.)
O SR. PRESIDENTE: Há “quorum”. Passamos ao
Proc. n° 2097/88.
Parecer Conjunto:
- da CJR, CFO e COSMAM. Relator-Geral Ver.
Cleom Guatimozim: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n°
094/88. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando seja o PLE n° 094/88 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Flávio Coulon: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
- Adiada a discussão por três Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n°
039/88. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Valdir Fraga, solicitando
seja o PLE n° 039/88 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício
para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Ignácio Neis: pela
aprovação do Projeto;
- da CFO. Relator Ver. Jorge Goularte: pela
aprovação do Projeto;
- da CEC. Relator Ver. Clóvis Brum: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o Pedido de
Autorização nº 13/88. (pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Flávio Coulon: pela
aprovação do Projeto e pela rejeição das Emendas nºs 01 e 02;
- da CFO. Relator Ver. Valdir Fraga: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01 e pela rejeição da Emenda nº 02;
- da CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela
aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01 e pela rejeição da Emenda n.º 02.
Observação:
- Adiada a discussão por três Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento
de autoria do Ver. Mano José, através do qual solicita a retirada da Emenda n°
02, aposta ao PLE n° 058/88, por entender que a mesma é praticamente igual à
Emenda s n° 01.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Aproveitamos para fazer referência ao pronunciamento de nosso Líder, Ver. Hermes Dutra, quando se referiu aos cartazes da Coca-Cola e na fiscalização da SMIC e da SMAM. Como ex-secretário, por 4 anos lá estivemos, e esta fiscalização é da SMIC, queremos esclarecer que o fiscal deve ter ido, com certeza, mas não pôde agir porque deveria ter – e deve – ter uma autorização superior, deve ter um despacho em Processo para colocar esses cartazes. O que deveria ter sido pesquisado é quem deu essa autorização. Surpreende-nos que alguém deve ter dado a autorização e o Sr. Prefeito diga que é contra a Lei e não tome uma providência. Onde está a autoridade do Prefeito? Simplesmente está contra a Lei e vai ficar?
Convenhamos, como diz o Ver. Hermes Dutra, não fora fim de
administração, se pediria uma CPI na Câmara. Como é fim de administração,
entrará uma nova administração e por certo ela vai pegar esses processos,
revisar, e os cartazes, por certo, cairão fora.
Estamos votando mais um Projeto, entre tantos outros que por aqui
passaram, aos quais esta Casa não tem condições de negar alguma coisa para os
funcionários, mesmo que seja por setor, setorizado. E hoje pela manhã
encontramos a Câmara repleta de funcionários municipais aguardando o Plano de
Carreira, porque se fez injustiça ou justiça não sei, para os presentes e para
aqueles que aqui estavam, da Administração Centralizada e para o DEMHAB se fez
injustiça, embora os Planos votados pela Casa faziam justiça para aqueles
setores para os quais vieram.
Nada mais justo, portanto, que esta Casa vote e vote com rapidez, vote
com urgência os dois planos que se encontram na Casa, o Plano da Centralizada e
o Plano de Carreira do DEMHAB.
Os funcionários têm razão de aqui estarem, de estarem apreensivos com a
votação desses dois planos.
E nós esperamos que, segunda-feira, esteja em Pauta, e que na próxima
semana possamos estar votando estes projetos.
Há de se discutir que o SIMPA está pedindo até a retirada desses dois
Projetos, mas há de se discutir, também, que há 22 associações de funcionários
pedindo que se vote os projetos o quanto antes. Então, quem está com a razão?
Vamos, nós, pelo menos nós, e pessoalmente tenho certeza de que a nossa
Bancada estará a favor e ao lado das 22 entidades da classe municipária para
votar os dois planos. Esperamos que na próxima semana possamos votá-los. E me
faz um sinal o Ver. Elói Guimarães, dizendo que está a favor, também.
Portanto, a Casa deverá estar a favor desses dois Projetos, para que se
vote sem mais demora. E quanto ao Projeto dos tesoureiros a Bancada do PDS é
totalmente favorável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrado o período de encaminhamentos. Passa-se à
votação. Convido os Vereadores Hermes Dutra e Adão Eliseu para escrutinadores.
Em votação o PLE n° 058/88.
Solicito ao Sr. 2° Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs.
Vereadores para a votação.
O SR. 2° SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal
dos Srs. Vereadores.) Votaram 20 Srs. Vereadores, Sr. Presidente.
(É procedido o escrutínio: 18 votos SIM e 02 votos NÃO.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLE nº 058/88.
Em votação a Emenda nº 01, aposta ao PLE nº 058/88. Solicito ao Sr. 2º
Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 2° SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal
dos Srs. Vereadores.) Votaram 21 Srs. Vereadores, Sr. Presidente.
(É procedido o escrutínio: 15 votos SIM 06 votos NÃO.)
O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 01 aposta ao
PLE nº 058/88.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Valdir Fraga, solicitando
seja o PLE nº 058/88 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para
sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento
de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando sejam os PLCE nº 02, 03, 04 e
05/88 dispensados de distribuição em avulsos e interstícios para suas Redações
Finais.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADOS.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Adão
Eliseu, solicitando que o PLE nº 046/88 seja dispensado de distribuição em
avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento
de autoria do Ver. Artur Zanella, solicitando que o PR nº 042/88 seja
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento
de autoria do Ver. Lauro Hagemann, solicitando que o PR nº 046/88 seja
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento
de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando que o PR nº 044/88 seja dispensado de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Encerrada a votação daqueles Projetos que, pelo Requerimento, eram menos polêmicos,
solicito a V. Exa. a verificação de “quorum”.
A SRA. PRESIDENTE: Em princípio, há “quorum”,
e somente na hora de votar o próximo Projeto é que se fará a verificação de
“quorum” para a votação.
Pareceres:
- da CJR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
rejeição do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Elói Guimarães:
pela rejeição do Projeto;
- da CEDECON. Sem parecer.
Observação:
- Incluído na Ordem do
Dia por força do art. 44 da LOM.
A SRA. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº
042/88. Inscreve-se para discutir, o Ver. Luiz Braz. V. Exa. tem 10 minutos.
O SR. LUIZ BRAZ: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores. O Ver. Flávio Coulon, neste seu Projeto de Lei, ele faz uma nova
tentativa, aliás, tentativa esta que já foi feita uma vez aqui nesta Casa, para
liquidar o sistema de transporte por táxi-lotação, de Porto Alegre. Digo isso
porque se nós concebermos a colocação de paradas fixas para os chamados
táxis-lotação, nós estaremos concebendo, também, o extermínio deste tipo de
transporte aqui na Cidade.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Tudo bem. V. Exa. tem razão, mas eu quero relatar o
que me aconteceu sábado. Vinha subindo a Taquari em direção à minha residência
e um táxi-lotação pura e simplesmente freou no meio da rua, sem estacionar,
para recolher passageiros. Ocorre que era sábado entre duas e duas e meia
afirmo que eu também tive responsabilidade do acidente, e o meu carro, a minha
pobre Belina entrou embaixo do táxi-lotação. Eu pego muito táxi-lotação, como
outros, mas queria fazer esta ponderação e esta queixa. Eu acho que tem que ser
regulado. Se ele pode parar para pegar em qualquer momento, tudo bem. Agora,
não dá para parar no meio da rua. Eu sei que V. Exa. tem uma boa relação com os
transportadores, mas faço esta ponderação: assim é demais, eles estão parando
no meio da rua para pegar passageiro.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Werner Becker, eu acho
que V. Exa. tem razão no que coloca, só que eu digo para V. Exa. o seguinte:
nós podemos corrigir essas falhas na operação do sistema de táxi-lotação da
Cidade através de uma melhor fiscalização. Eu sempre disse que se nós
começarmos a autuar mais aqueles que cometem infrações no trânsito, aqueles que
cometem essas irregularidades no trânsito, se começarmos a onerar essas
pessoas, elas vão começar a cometer menos infrações...
O Sr. Werner Becker: Mas quem é que vai
fiscalizar um táxi-lotação às 3h da tarde de sábado. Isso é impossível!
É só para ponderar. Eu acho que eles estão abusando.
O SR. LUIZ BRAZ: Agora, não é liquidando com
o sistema que vamos corrigir alguma coisa, porque eu acredito que o sistema de
táxi-lotação, aqui em Porto Alegre, ele veio preencher uma lacuna que acredito
indispensável. Eu acho que temos que continuar trabalhando no sentido de fazer
com que este sistema possa ser aprimorado. Com que este tipo de transporte possa ser aprimorado. Até já sugeri
várias vezes que o táxi-lotação pudesse partir cada vez mais ao sistema
seletivo e não ao sistema alternativo apenas, mas ao seletivo realmente. Já
disse que de repente seria importante que partissem o uso de cortina nos
táxis-lotação, para ar condicionado nos táxis-lotação, para música nos
táxis-lotação, para acomodações melhores nos táxis-lotação, fazendo destes táxis-lotação
um sistema realmente seletivo, para que aquelas pessoas que querem circular sem
os seus carros para o Centro da Cidade, que querem fazer negócio no Centro da
Cidade e que não querem vir com seus automóveis, possam utilizar o sistema de
táxi-lotação.
Até sugeri várias e várias vezes que a diferenciação entre o transporte
coletivo e os táxis-lotação pudesse ser feita através da tarifa.
Outro ponto que sugere o Ver. Flávio Coulon, que aqueles veículos,
táxis-lotação que carregarem passageiros em pé, que esses passageiros paguem a
mesma tarifa dos ônibus.
Mas é uma outra aberração, através do Projeto de Lei, Ver. Hermes
Dutra, ele quer permitir que aqueles passageiros dos táxis-lotação, que têm,
por direito, por pagarem uma tarifa maior, de andarem comodamente sentados, que
possam – e aí permite a Lei – que possam ter outros passageiros ao seu lado, em
pé, pagando a tarifa de ônibus. Vão fazer concorrência para o ônibus e vão
onerar a sua tarifa, caso permitirmos este Projeto, reduzindo o número de passageiros
nos transportes coletivos de Porto Alegre, influindo no IPK das empresas, o que
vai gerar alteração de tarifa. Embora a intenção do Ver. Flávio Coulon tenha
sido aquele de fazer com que acidentes como este acontecido com o Ver. Werner
Becker não venham mais a acontecer, acho que o Ver. Flávio Coulon exagera mais
uma vez. Esta mesma Câmara, que na época do Prefeito João Antônio Dib, que
rejeitou um Projeto de pontos, paradas fixas, em 83, exatamente para não
descaracterizar o táxi-lotação, vir a aprovar um Projeto muito pior que aquele
de 83. Este Projeto é simplesmente uma liquidação com o atual sistema de
táxi-lotação. Podemos alterar, sugerir, oferecer melhorias para modificar o
sistema, mas é algo que deu certo, algo que é exigido pela população, já faz
parte da fisionomia da Cidade e não pode ser suprimido através de um Projeto de
Lei. É por isso que pedimos que os colegas rejeitem o Projeto apresentado pelo
Ver. Flávio Coulon por não oferecer nenhum tipo de alternativa, apenas
oferecendo a supressão pura e simples no sistema. É a mesma coisa que ônibus
menores façam o transporte coletivo da Cidade.
O serviço realizado por ônibus de tamanho normal, carregando seus 46
passageiros, ou 42, sentados, passa também para ônibus menores, carregando 17 passageiros.
É a única diferença que o Ver. Flávio Coulon quer fazer entre o sistema de
transporte coletivo e o sistema de táxi-lotação da Cidade. E acho que não
podemos caminhar por aí, a diferença tem que ser feita, exatamente, na
qualidade do transporte, porque essa diferença é paga, exatamente, pelo
usuário. O usuário que quiser deixar o seu automóvel em casa, vai andar de
táxi-lotação e vai pagar um pouco mais pela tarifa, mas vai andar comodamente
sentado e vai andar num veículo que lhe ofereça todas as condições possíveis
para andar comodamente pela Cidade.
E aqueles que, infelizmente, neste mundo capitalista em que vivemos,
não tem ainda condições de pagar uma tarifa de táxi-lotação, tem que pagar a
tarifa do transporte coletivo, que tem uma tarifa elevada, bastante alta, mas,
quem sabe com a nova administração da Cidade, quem sabe já ofereçam condições
para que esta tarifa do transporte coletivo seja bem baixa, a ponto de fazer
com que o operário possa pagar esta tarifa sem sofrer cortes demasiados dentro
do seu orçamento.
É por isso que somos pela rejeição, pura e simples, do Projeto, mas sem
não, antes, sugerir que estudos maiores possam ser feitos nesta área do
táxi-lotação, para que possamos fazer um aprimoramento maior do sistema. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é o Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, uma das grandes alegrias, dentro da tristeza de perder uma eleição,
foi saber que Partido que vai assumir o poder, o PT, fará, ou tentará fazer uma
ampla cirurgia no sistema de transporte de Porto Alegre. Já tenho para mim que
terá grandes dificuldades em fazer isto, porque, pela composição da futura
Câmara de Vereadores já dá para sentir que a reação aqui dentro desta Casa será
muito grande em qualquer tentativa em modificar o “status quo”, uma vez até
porque a Associação dos Transportadores têm um poderio muito grande, e faz
valer, quando lhe interessa este poderio econômico. E, a influência dos transportadores,
nesta Casa, é tão grande que fazem com o Ver. Luiz Braz, que sabe ler,
escrever, evidentemente, é um intelectual, leia e entenda totalmente, diferente
o meu Projeto, e descubra no meu Projeto coisas que ele não têm, aliás, diga-se
de passagem um dos grandes defensores do sistema de transporte, especialmente,
táxi-lotação, dentro desta Casa é o Ver. Luiz Braz, que sempre tem se colocado
como um dos estudiosos deste sistema.
Eu nunca vi o Ver. Luiz Braz dizer, por exemplo, que a frota em torno
de 400 veículos que existem na Cidade é pequena, e que nós precisamos ampliar
esta frota. Nunca vi.
Agora, ouvi os anseios da população que nos cobra, violentamente, a
criação de novas linhas de táxi-lotação, só que isso não interessa aos
proprietários do táxi-lotação de Porto Alegre, e não se amplia por não
interessar aos proprietários, frota essa que funciona sem qualquer tipo de
licitação: é uma ação entre amigos, aliás, esses amigos que acabaram passando
aqui uma Lei na base de seu poder de influência que tirou a característica do
táxi-lotação que era o táxi-lotação por motorista ao invés de ser por empresa.
Então, quer dizer que V. Exa., apesar dos meus avisos e das minhas ponderações,
labora em um grande equívoco, em primeiro lugar: dizendo que o meu Projeto
pretende fixar parada para táxi-lotação. Não, nunca e não diz nada disso aqui
no meu Projeto, o Projeto dá poderes à SMT, caso o desejar e dentro de estudos
de engenharia de tráfego para em certos pontos da Cidade, onde a parada
desordenada do táxi-lotação influi na circulação, disciplinar o estacionamento
do táxi-lotação. Por quê? Porque existem em torno de 450 táxi-lotação e nenhum
deles deixou, até hoje, de se envolver em acidente. E qual é a razão desses
acidentes? É exatamente em zonas de alto trânsito eles vêm em desabalada
carreira como sempre, disputando passageiro e, quando encontram um passageiro,
seja onde for, eles freiam para pegar o passageiro. Então, Vereador, não quero
criar para táxi-lotação como V. Exa., por erro de interpretação, entendeu. Eu
já lhe avisei que não é criação de
parada e sim a possibilidade de, dentro de estudos de engenharia de tráfego,
fixar em certos pontos cruciais da Cidade pontos fixos de estacionamento.
Então, V. Exa. está incorrendo em erro, porque quer laborar em erro. Em segundo
lugar, o meu Projeto não visa tirar o caráter seletivo do transporte, pelo
contrário, visa exatamente caracterizar o caráter seletivo. Não pode acontecer,
como acontece atualmente, que se paga uma tarifa diferenciada do táxi-lotação
para se viajar sentado com todo o conforto e os donos dos táxis e os motoristas
superlotam o táxi-lotação com passageiros em pé. Então, Vereador, não é aquele
que está em pé que paga a tarifa de ônibus, porque deixou de ser um transporte
coletivo e o que está sentado paga a tarifa de táxi-lotação. Não, Vereador. É
simplesmente, no momento em que se está lotado o táxi-lotação e ele assume o
caráter de não seletivo, ao pegar um passageiro que vai viajar em pé, todos os
passageiros, a partir daquele momento, terão direito de pagar passagem não
seletiva e sim passagem de ônibus. É simplesmente isto que diz o meu Projeto:
é dar um poder ao usuário desse
transporte que está sendo roubado, porque está pagando para viajar seletivamente
e não está viajando assim, pois está sendo roubado. Então, é no sentido de que
ele tenha possibilidade de reivindicar o seu direito de não ser roubado.
O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Flávio Coulon, na verdade existem 404
táxis-lotação rodando pelas ruas da Cidade e eu digo a V. Exa. o seguinte: não
quero impor minhas idéias. Estou apenas dialogando.
O SR. FLÁVIO COULON: V. Exa. acha que 404 é bom
ou é pouco para Porto Alegre.
O Sr. Luiz Braz: Eu estou apenas dizendo o
seguinte: eu sou contrário a que o sistema de táxi-lotação atenda a todas as
áreas da Cidade e faça concorrência ao transporte coletivo.
O SR. FLÁVIO COULON: V. Exa. é a favor de que
atenda somente aquelas áreas da Cidade que os empresários dos táxis-lotação
querem?
O Sr. Luiz Braz: O que nós não podemos fazer
– e aí é desconhecermos, realmente, até a formação da população desta Cidade, a
estratificação social da população desta Cidade, que não fui eu que fiz, é o
sistema que está implantado quem fez – é, de repente, procurarmos servir
determinados bairros de classe pobre da Cidade com o táxi-lotação. E por que
não podemos fazer isto, Ver. Flávio Coulon? Simplesmente porque aí a tarifa
será calcada para baixo, exatamente para junto da tarifa do transporte
coletivo. Isto vai fazer com que essas pessoas queiram viajar de táxi-lotação.
Viajando em táxi-lotação, rouba passageiros do transporte coletivo e isto
acontecendo, nós vamos ter uma alteração negativa do IPK. O que eu sempre
defendi aqui foi que as tarifas de ônibus têm que ser tarifas baixas, mas a
diferenciação entre as tarifas dos ônibus e as tarifas dos táxis-lotação tem
que ser feita, através de tarifas. As tarifas dos táxis-lotação têm que ser
mais elevadas, exatamente para que o passageiro do táxi-lotação não seja o
mesmo passageiro do ônibus, se não nós iremos ter problemas com as tarifas dos
ônibus. É isto que eu defendo. Não estou defendo o aumento ou não da frota de
táxis-lotação. Acho que tem que ser um aumento racional, para servir àquelas
populações que têm condições de pagar a tarifa dos táxis-lotação, senão não
adianta. Eu gostaria, como tenho certeza de que V. Exa. também gostaria, de
termos aqui uma população caixa alta, toda ela, todo mundo podendo pagar,
realmente, uma tarifa alta. O que não temos, na realidade, não é isso. O que
nós temos é uma população que pode pagar uma tarifa baixa. Nem a tarifa de
ônibus, que está aí, que é uma tarifa demasiada, essa classe pode pagar. Eu até
disse na tribuna, e V. Exa. é testemunha, que eu gostaria, realmente, e vou
torcer para que o PT possa encontrar uma fórmula de baixar a tarifa do
transporte coletivo. Eu não sei qual vai ser, mas eu torço para que ele
encontre essa fórmula para baixar a tarifa do transporte coletivo. Mas o
distanciamento entre a tarifa do transporte coletivo e a tarifa do táxi-lotação
tem que ser mantida, para que o táxi-lotação possa partir, cada vez mais, para
ser um transporte seletivo na Cidade e não um transporte competitivo com o
transporte coletivo.
O SR. FLÁVIO COULON: Já é uma visão interessante,
altamente capitalista. Quer dizer, o táxi-lotação tem que ser cada vez mais
caro, para que somente aquela camada da população mais abonada o use. Esta é a
sua tese. Eu pensei que tivesse entendido errado, mas acho que, agora, entendi
certo. O Ver. Luiz Braz está preocupado porque se nós socializarmos o
táxi-lotação, ou seja, se houver bastante táxi-lotação em Porto Alegre, o povo,
coitado, vai andar de táxi-lotação, e isto é ruim.
O SR. PRESIDENTE (Mano
José): Ver.
Flávio Coulon, o tempo de V. Exa. já se esgotou. O Ver. Ennio Terra se inscreve
e cede seu tempo a V. Exa.
O SR. FLÁVIO COULON: Agora, eu quero saber o
seguinte: é ruim para o usuário ou é ruim para o dono do táxi-lotação?
O Sr. Luiz Braz: É que V. Exa. não quer
entender. O que eu quero dizer é que eu sou contrário a que, de repente, haja
uma competição entre táxi-lotação e o sistema de transporte coletivo, porque
esta competição é ruim para o usuário, pois vai aumentar a tarifa, uma vez que
mexe com o IPK. Se V. Exa. seguir o raciocínio por aí, verá que é um raciocínio
lógico, que eu estou tentando fazer. Agora, se V. Exa. quiser fazer raciocínios
outros, quiser fazer aí desvios em relação a este raciocínio, aí é outra coisa.
O SR. FLÁVIO COULON: Eu acho que V. Exa. está
desenvolvendo uma tese interessantíssima. Acho até que, sociologicamente, nós
devemos até pedir para que os sociólogos avancem nesta tese, que é a seguinte:
o pobre podendo pegar o ônibus a 50 cruzados, por exemplo, ele vai preferir
pegar o táxi-lotação a 60. É uma tese interessante esta. Ele já não tem os 50
para pegar o ônibus, conforme V. Exa. mesmo diz, mas não abre mão de pegar o de
60, perdendo 10 cruzados nesta ida e nesta volta.
O Sr. Luiz Braz: Mas não fui eu quem
inventou a população.
O SR. FLÁVIO COULON: V. Exa. não inventou a
população, mas pega a população que existe e desenvolve uma teoria para
justificar que a tarifa do táxi-lotação tem que ser bem alta, para ninguém
andar de táxi-lotação, só as classes abonadas. Aliás, esta já foi uma tese
defendida aqui, quando estudamos o problema da roleta nos táxis-lotação. Vários
Vereadores defendiam a tese de que o pobre não tem que andar em táxi-lotação,
táxi-lotação é para o rico mesmo. Que táxi-lotação não pode estar arrancando e
parando para pegar qualquer pé-de-chinelo, conforme foi dito aqui, que o frear
estraga o veículo, aumenta a despesa do transportador. Ora, Vereador, dentro da
sua tese, V. Exa. está desconhecendo o povo brasileiro.
O Sr. Luiz Braz: Não, V. Exa. é que quer desconhecer a realidade do
povo brasileiro, porque, de repente, o que V. Exa. quer colocar é que todo o
povo brasileiro pode andar num transporte caro, que é o táxi-lotação, que não
temos diferenças sociais em nossa terra, que as pessoas são todas iguais, e que
não interessa o preço do transporte, e que ele tem que estar atendendo todas as
camadas, e isso não é verdade. Estou tentando raciocinar em cima da realidade
que vivemos, não estou tentando raciocinar em cima de utopias, de coisas que eu
gostaria que estivessem acontecendo, eu não gostaria que elas estivessem
acontecendo assim, mas elas acontecem assim e não é de hoje.
O SR. FLÁVIO COULON: Então, me responda o
seguinte: existe um abaixo-assinado de 3 mil pessoas pedindo a implantação da
linha T6, pela Carris, o Sr. Prefeito, pressionado pelos transportadores, que
não desejam a linha, até hoje não liberou. Existem diversos abaixo-assinados,
de vários moradores desta Cidade que pedem táxi-lotação, e eles não se importam
em pagar muito mais caro, ele precisam do táxi-lotação, e se julgam em
condições de arcar com o táxi-lotação, e V. Exa. defende a tese que não, porque
se colocarmos o táxi-lotação para essas 500 pessoas...
O Sr. Luiz Braz: Coloco a realidade que
existe: existem determinadas linhas de táxi-lotação que se tornaram inviáveis, porque
atendem determinadas regiões que não podem pagar a tarifa.
O SR. FLÁVIO COULON: Aonde que tem isso? Eu não
vi. Qual é a linha inviável? Quem é que está botando dinheiro em cima?
O Sr. Luiz Braz: Mas existem linhas
inviáveis.
O SR. FLÁVIO COULON: Me diga uma. Então, o
coitadinho do empresário está com uma linha que ele não ganha dinheiro, mas ele
é patriota, ele trabalha sem ganhar.
O Sr. Luiz Braz: Mas V. Exa. só está
raciocinando em termos empresariais; quando falamos em táxi-lotação temos que ver
que existem muitos que possuem apenas o seu veículo e que é o seu ganha pão e
que de repente empregam o seu veículo dentro de uma linha dessas inviáveis e
quando chega no final dos dez anos de vida útil, quando tem que repor o seu
veículo, ele não tem, hoje em dia, 30 milhões de cruzados que custa um
táxi-lotação.
O SR. FLÁVIO COULON: Ele não viveu dez anos? Ele
não teve lucro e só foi perdendo dinheiro ao longo desses 10 anos? Ele não viu
que é um mau negócio?
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Acho que o Ver. Flávio Coulon tem um mérito neste
debate. Com toda a sinceridade, Vereador, e olhe que sou experiente na Casa, eu
sentia que faltava alguma coisa: seu Projeto não é bom, mas é otimamente
aproveitável no debate, porque o transporte seletivo retira as pessoas do
ônibus e fica mais cara a passagem em função desta retirada. Acho que o
transporte seletivo tem que participar do bolo do transporte coletivo da
Cidade. Quem quiser andar de transporte seletivo tem que subsidiar alguma coisa
em nível de ônibus. São milhares de passagens no transporte seletivo que são
retiradas do transporte coletivo e, em conseqüência, a tarifa do ônibus é mais
cara em função desta retirada de passageiros. Este é o primeiro aspecto da qualidade
do seu debate.
Segundo, também acho que quando se faz o cálculo para o custo do
transporte seletivo, se faz o cálculo para o passageiro sentado e o que se vê é
a superlotação no táxi-lotação. Isso realmente é uma receita indevida. Pode ter
problema de fiscalização, mas também não é um tratamento idôneo, porque se o
transportador vai lá na SMT reivindicar o custo da sua tarifa dizendo que só
transporta 17 passageiros, ele tem que assumir esta responsabilidade. Essa é
uma responsabilidade de dignidade e quando se vê ele está transportando 40
passageiros. Agora não interessa o número de passageiros, o me interessa mais
Ver. Flávio Coulon, é que V. Exa. aflora um debate muito importante para que a
Casa reflita na inclusão do transporte seletivo para o cálculo da tarifa de
ônibus.
O SR. FLÁVIO COULON: Eu espero poder viver os
próximos anos para ver o Partido dos Trabalhadores colocar em licitação algumas
linhas em Porto Alegre, acabar com esse esquema de dar para os amiguinhos as
linhas boas. Ver. Antonio Hohlfeldt, eu pediria a atenção de V. Exa. para o que
eu vou dizer. É que estou esperando, Ver. Antonio Hohlfeldt, viver nos próximos
anos para ver o PT colocar em licitação essas linhas que eles dizem que são
deficitárias, para ver se ninguém vai querer se lançar neste tipo de linha.
Essas linhas deficitárias, que o Ver. Luiz Braz acabou de dizer que os
coitadinhos perdem dinheiro, e depois de 10 anos estão todos pobres, essas
mesmas linhas que eles ganharam, porque são amigos do poder, quero ver se essas
linhas deficitárias não vão ter quem vai assumi-las, de táxi-lotação, aqui na
Cidade. Quero ver se a Vila Restinga, por exemplo, não comporta o transporte
seletivo para vir aqui para o Centro da Cidade, coisa que até hoje foi negada à
Vila Restinga. Quero saber, Vereador, se vou viver para verificar se os 404
donos dos táxis-lotação vão ficar donos deste transporte, ou se vai ser
ampliada esta frota. Vou viver, também, para verificar se vão continuar
transportando passageiros em pé, superfaturando, e jogando, como o Ver. Luiz
Braz gosta de jogar, para fiscalização, como coisa que a fiscalização, aqui no
Brasil, funcionasse, como coisa que na Administração PDT tenha funcionado,
eles, que foram os primeiros a desativarem a fiscalização. O Prefeito Collares
reuniu os fiscais e disse que não precisa mais fiscalizar coisa nenhuma.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Até pretendo, depois, intervir nesta discussão,
objetivamente, mas chamado por V. Exa., quero lhe garantir que este tipo de
coisa vai ser resolvido. V. Exa. pode me cobrar, e não precisa viver muito. Nos
primeiros meses V. Exa. vai ver esta questão porque eu sou um dos que comunga
desta posição. Tenho visto absurdos dentro do táxi-lotação, neste momento. Aliás,
recebi aqui, ontem, Vereador, da cidadã Maria Luisa Frank, que tomou o
táxi-lotação 162, de Ipanema – ela está grávida -, não conseguiu passar na
famigerada roleta inventada pelo Ver. Luiz Braz, e eu orientei a ela um dado
bem simples: processe o proprietário do carro, é a melhor coisa, e processe os
Vereadores que aprovaram este absurdo.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem): Até
para não passar em julgado, e para que, de repente, a população de Porto Alegre
não pense que eu fiz uma coisa que eu não fiz, a roleta, nobre Ver. Antonio
Hohlfeldt, não foi uma invenção minha; o Projeto não é meu. Não tenho nada a
ver com o Projeto da roleta. Parece que V. Exa. cometeu um equívoco.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: Então, retiro a menção ao
Ver. Luiz Braz. Mas o voto dele foi dado.
O SR. FLÁVIO COULON: O autor do Projeto foi o
Ver. Adão Eliseu e foi brilhante e ardorosamente defendido também pelo Ver.
Luiz Braz. Agora, Ver. Antonio Hohlfeldt, o último recadinho. Aconselho V. Exa.
a estudar estas medidas que pretende o seu Partido fazer no âmbito do
transporte, estudar estas medidas, de tal modo que elas dependam o mínimo
possível da Câmara de Vereadores. Porque se depender da Câmara, já dá para
adivinhar que não passa nada ou não passará nada que não tenha o aval dos transportadores
de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo “quorum”, interrompe-se a discussão do PLL n.º 42/88,
encerrando-se a presente Sessão.
(Levanta-se a Sessão às 11h35min.)
* * * * *